Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve sancionar, na próxima semana, o Projeto de Lei nº 1.087/2025, que eleva para R$ 5 mil a faixa de isenção do Imposto de Renda, reduz alíquotas para quem recebe entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350 e aumenta a taxação para rendas superiores a R$ 600 mil anuais (R$ 50 mil mensais). Aprovada no Congresso, a mudança passa a valer em 2026 e será compensada pela arrecadação sobre os contribuintes de maior renda.
Para economistas, o novo desenho tributário tende a aquecer o consumo e refletir positivamente no PIB. A Consultoria Tendências projeta impacto entre 0,15 e 0,2 ponto percentual no crescimento econômico. “Será como um 14º salário, mas distribuído ao longo do ano”, disse o economista João Leme, ao apontar o efeito da maior renda disponível nas famílias.
Estudos mostram alívio direto no orçamento da classe média. O pesquisador do Ipea, Pedro Humberto de Carvalho, calcula ganho mensal médio entre R$ 350 e R$ 550. “Vai ser uma folga orçamentária considerável”, afirmou. Já o diretor técnico adjunto do Dieese, Victor Pagani, ressaltou o caráter redistributivo da medida. “Essa medida resgata o princípio constitucional da tributação de acordo com a capacidade contributiva”, declarou.
Tributaristas reconhecem avanços, mas defendem mudanças mais profundas. Bruno Medeiros Durão afirma que a discussão central é a desigualdade na incidência do IR. “O problema não é fiscal, é de justiça social. Por isso, as medidas têm que ser estruturais”, disse. Para ele, é essencial “voltar a tributar lucros e dividendos”. “É impensável um país manter a isenção sobre o rendimento de capital dos mais ricos, enquanto o trabalhador paga IR sobre o salário. O IR tem que incidir sobre toda a renda”, concluiu.
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