Nesta terça-feira (26), o prefeito Bruno Reis entregou a nova orla da Praia do Flamengo, incluindo a implantação de um viveiro de restinga. No entanto, a inauguração foi marcada por manifestações de moradores [veja vídeo abaixo] em relação ao efetivo cuidado com o ecossistema local, que é associado ao bioma Mata Atlântica e comum em regiões litorâneas.
Os 2 km da orla recém-inaugurada ostentam um novo visual, com paisagismo renovado, sistema de irrigação automatizado, iluminação em LED e áreas de estacionamento organizadas. Além disso, foram agregados à região ciclovia, quadra de vôlei de areia, parque infantil, espaços para piquenique, trilhas e áreas de convivência, totalizando um custo de R$ 27,8 milhões.
Durante a inauguração, Bruno Reis enfatizou a importância de ordenar o uso da orla como medida essencial para a preservação. “Agora, sim, a restinga está sendo preservada, porque antes não era. Quem frequenta aqui, sabe. O que ocorria era carros estacionados na faixa de areia, motos, quadriciclos passando por cima da vegetação. Isso, sim, estava destruindo a restinga. As pessoas desciam para a praia por todos os lugares”, argumentou o prefeito.
Contudo, apesar das declarações otimistas de Bruno Reis, as preocupações dos moradores persistem, desafiando a narrativa oficial sobre a preservação da restinga na região. Isabel Perez, representante do Coletivo Stella Maris, expressou sua decepção e questionou a lógica por trás da retirada de uma vegetação natural para criar um viveiro que, segundo ela, poderia não receber os cuidados necessários.
“É tudo uma piada de mau gosto. Como pode arrancar uma plantação natural de restinga para criar um viveiro de restinga que ninguém vai cuidar, ninguém vai tratar? Tudo isso aqui faz parte de um programa eleitoreiro”, finalizou Perez.