Comunidades indígenas de Prado, município no litoral sul baiano, foram impedidas de votar no primeiro turno das eleições do último dia 2 de outubro. Cidade tem o maior número proporcional de indígenas da Bahia, com mais de seis mil nativos.
Segundo relatos, homens e mulheres foram coagidos e não puderam sair de suas casas. Também houve fechamento de passagens em estradas para impedir que os indígenas votassem, o que resultou em uma abstenção de 6.845 votos (27,84%).
As denúncias foram ouvidas por mais de 100 participantes da I Caravana Intercultural Indígena – organizada pela Associação dos Docentes da UNEB (ADUNEB) e pelo Centro de Estudos e Pesquisas Intercultural da Temática Indígena (CEPITI – Campus da UNEB de Teixeira de Freitas) –, que passou pela Região do Descobrimento no último final de semana, entre os dias 15 e 17 de outubro.

“Faltou transporte e no dia das eleições houve um fluxo de veículos com grupos de homens desfilando para intimidar, muitas vezes exibindo armas”, relataram os denunciantes locais, apoiadores da causa indígena, como o jornalista Hilton Viotti, membro da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e que participou da Caravana.
Segundo o jornalista, nem daria para especificar uma aldeia no Prado, pois a coação foi visível em todo o território. “Muitos ficaram amedrontados e deixaram de sair de suas comunidades, para exercer seu direito ao voto. O TRE e o TSE precisam tomar medidas urgentes para combater este crime”, alerta Hilton.
O Panorama da Bahia entrou em contato com o TRE-BA para saber o que o Tribunal vai fazer para evitar que a coação se repita na votação do segundo turno, dia 30 de outubro. O Tribunal disse que estava apurando o caso e que responderia assim que tivesse mais informações. Aguardamos a resposta para complementar a matéria.