Com o objetivo de fazer revolução no mercado musical, a gravadora Favellê Music busca dar vez às vozes das favelas e periferias brasileiras. O selo musical, idealizado pelo multi-instrumentista baiano, Marivaldo dos Santos, tem como objetivo criar uma rede de artistas, oferecendo apoio de mídia, assessoria e produção musical, incluindo a gravação de músicas em estúdio e a produção de videoclipe.
De início, o Favellê atua com 25 artistas do município de Salvador, onde já estão sendo trabalhados músicas e videoclipes, que devem ser lançados no segundo semestre deste ano. Marivaldo explica que seleção de artistas leva em conta aspectos como qualidades vocal e musical, composição, comprometimento profissional, responsabilidade e vontade de reconhecimento no cenário artístico. “Os selecionados passam por um processo de preparação de postura artística em cima dos palcos e também na relação com os fãs”, detalha.
Nascido e criado no bairro do Nordeste de Amaralina, em Salvador, Marivaldo, que hoje integra o elenco fixo do Stomp, em Nova York, sabe bem a importância em contar com um suporte para poder projetar uma carreira artística. “Saí de Salvador e fui tentar ganhar a vida como músico em Nova York. Deu certo, mas sei que não é toda história que acaba assim. É por isso que tento usar toda a experiência que acumulei ao longo desses anos para dar suporte aos nossos artistas das favelas e das periferias”, diz.
Nesse momento, ele também está em busca de patrocinadores para potencializar as ações da gravadora. “Estamos buscando diálogo com investidores que tenham interesse em vincular a marca ao Favellê Music e fortalecer esse movimento, que representa um novo portal para as favelas e periferias. Nossa empresa tem o intuito de revelar novos artistas e novos estilos musicais desses tantos talentos espalhados por nosso Brasil”.
Marivaldo espera que o investimento feito nos artistas possa retornar às respectivas comunidades, tanto do ponto de vista material, considerando o aspecto financeiro, quanto do ponto de vista cultural, social e pessoal, trabalhando autoestima dos moradores dessas localidades e contribuindo para desconstruir os preconceitos estabelecidos por grupos hegemônicos acerca das favelas e comunidades periféricas do país. “Acima de tudo, queremos mostrar que precisamos dar passos à frente sem nunca esquecer de onde viemos”, conclui.