As recentes chuvas que atingiram Salvador trouxeram consigo uma série de alagamentos, destacando falhas estruturais e a falta de planejamento urbano na capital baiana. Em entrevista à Rádio Metrópole nesta sexta-feira (12), o geógrafo e escritor Joilson Cruz explicou as causas por trás dessas ocorrências e criticou a abordagem adotada nas obras urbanas.
O geógrafo apontou para um conjunto de fatores que contribuem para os alagamentos, incluindo a concretagem das encostas e a canalização inadequada dos rios. Joilson destacou que as encostas, antes áreas de absorção da água da chuva, estão sendo transformadas em paredões de concreto, impedindo a absorção natural do solo e direcionando o excesso de água para as avenidas de vale. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.
“A canalização inadequada dos leitos dos rios também contribui significativamente para os alagamentos. Os rios, naturalmente, absorvem a água, mas quando são canalizados de forma inadequada, o fluxo de água não consegue ser absorvido de maneira adequada, resultando em inundação das avenidas de vale”, explicou.
Salientando exemplos como a Avenida Centenário, o Caminho das Árvores e a persistente questão dos alagamentos na Cidade Baixa, Cruz apontou a falta de planejamento urbano e a priorização equivocada de obras visíveis em detrimento das essenciais. Segundo ele, a gestão municipal precisa dedicar mais atenção às obras que impactam diretamente na qualidade de vida dos moradores.
“Salvador sempre enfrentou chuvas intensas, desde os tempos em que éramos uma pequena aldeia. No entanto, falta uma visão de planejamento urbano que priorize soluções eficazes para problemas recorrentes, como os alagamentos. A população, sem dúvida, preferiria ver essas questões resolvidas do que intervenções de beleza superficial”, concluiu Joilson.