O futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, em evento na última quinta-feira (28), reafirmou sua confiança no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em resposta às reações do mercado ao recente pacote de cortes fiscais. “Tenho fé no meu amigo Fernando Haddad”, expressou Galípolo durante um jantar com empresários proeminentes. Ele destacou a alta recente do dólar, que atingiu R$ 5,99, e assegurou que a política fiscal não está sob a alçada do Banco Central, cuja função é responder às movimentações do mercado e controlar a inflação.
Gabriel Galípolo enfatizou a necessidade da independência do Banco Central, principalmente na condução de políticas monetárias para combater a inflação, apesar das pressões externas e internas. “O Banco Central precisa aplicar o remédio que tem à mão”, afirmou, justificando a manutenção da taxa Selic em 11,25%, apesar das críticas do setor produtivo. Ele comparou o papel do Banco Central a um “chato da festa” que precisa manter a ordem para evitar problemas maiores como a inflação.
Galípolo ainda criticou as visões pessimistas sobre o crescimento econômico do Brasil, destacando que, contrariamente às previsões iniciais de apenas 1% para 2024, o país está caminhando para um crescimento superior a 3%. Ele utilizou uma metáfora para descrever a situação atual: “É como ligar o Waze e ver a projeção do tempo de percurso quando já estou a dez metros do meu destino”, ilustrando o descompasso entre as previsões do mercado financeiro e a realidade econômica. Ele ressaltou que, apesar das dificuldades, o Banco Central continuará sua atuação com autonomia.