Funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizaram uma paralisação de 24 horas nesta terça-feira (15), protestando contra a criação da fundação pública de direito privado “IBGE+”, que permite a venda de pesquisas ao setor privado. Em ato no centro do Rio de Janeiro, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE, representado por Bruno Perez, alertou sobre os riscos à autonomia do instituto e à confiabilidade dos dados produzidos, especialmente em temas sensíveis como desemprego e inflação.
A nova fundação, segundo os trabalhadores, foi criada sem consulta à categoria e com o potencial de enfraquecer a estabilidade de dados públicos, já que seus funcionários serão contratados sob o regime CLT, diferentemente dos servidores estatutários do IBGE. “Essa fundação coloca em risco a produção de estatísticas que guiam políticas públicas no Brasil”, afirmou Perez, enfatizando que a estabilidade é essencial para evitar pressões políticas sobre as informações coletadas pelo órgão.
Em nota, o IBGE afirmou não ter sido notificado formalmente sobre a paralisação e criticou a falta de comunicação prévia do sindicato, conforme exige a Lei de Greve. Em defesa da fundação IBGE+, o instituto mencionou que a medida visa garantir a viabilidade financeira e a manutenção de projetos com órgãos públicos, bancos e autarquias, dadas as limitações orçamentárias atuais.