O ferryboat Juracy Magalhães, que operou por mais de quatro décadas na travessia Salvador-Itaparica, foi afundado de forma controlada nesta sexta-feira (21), na região do Largo da Mariquita, no Rio Vermelho. A ação, coordenada pela Secretaria de Turismo da Bahia (Setur-BA), tem como objetivo criar um recife artificial para fomentar o turismo náutico e de mergulho na capital baiana. O projeto contou com apoio do Inema e da Marinha do Brasil.
Com cerca de 800 toneladas e 71 metros de comprimento, a embarcação foi submersa a quatro quilômetros da costa e a 30 metros de profundidade. “Queremos transformar Salvador no maior parque de turismo de mergulho do mundo urbano. As nossas embarcações estão muito perto do litoral, o que possibilita que mergulhadores amadores possam, em pouco tempo, sendo treinados, ter essa experiência”, destacou o secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar.
Empresária e instrutora de mergulho, Tania Corrêa explicou que embarcações como o ferry se tornam abrigo para a vida marinha. Segundo ela, o primeiro afundamento planejado, com o ferry Agenor Gordilho em 2020, já atrai mergulhadores internacionais. “Você dá um upgrade no turismo local, mergulhadores de todo o mundo vêm mergulhar em naufrágios que só existem aqui”, afirmou.
O impacto ambiental da operação também foi monitorado. De acordo com o biólogo Marcelo Peres, do Inema, foram feitas quatro vistorias e estudos prévios para garantir que não houvesse risco de contaminação ou presença de espécies invasoras. Ele afirma que a estrutura será rapidamente tomada por corais e espécies marinhas, beneficiando também a biodiversidade.
Segundo a Setur-BA, após os primeiros afundamentos em 2020, a procura por mergulhos cresceu 435%. O ferry Juracy Magalhães operou entre 1972 e 2018 e agora passará a contribuir com o turismo sustentável e científico no litoral baiano.
Assista o afundamento: