O ex-prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (União Brasil), deixou um calote de R$ 17.749.355,92 na área da Saúde apenas no exercício financeiro de 2024. A dívida milionária é resultado de despesas empenhadas pela Secretaria de Saúde (Sesau) sem a devida reserva orçamentária, obrigando a atual administração a arcar com os débitos da gestão anterior.
Entre os principais afetados estão os profissionais das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), como médicos plantonistas, médicos especializados, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Os pagamentos em atraso comprometem o funcionamento dos serviços essenciais e ameaçam a continuidade da assistência à população.
Três instituições prestadoras de serviço sofreram diretamente com o calote deixado por Elinaldo. O Instituto Saúde Integrada da Bahia (ISIBA), responsável pela UPA da Gleba A/Gravatá, tem a receber R$ 1.732.593,45. A S3 Gestão, que atua nas UPAs dos Phocs, Infantil, Arembepe e nos prontos atendimentos de Monte Gordo e Vila de Abrantes, acumula uma dívida de R$ 899.756,32. Já a Desenvolvida, que atende ao SAMU e Policlínica, tem R$ 447.522,39 a receber.
A lista de débitos do ex-gestor também inclui R$ 387.633,72 em medicamentos, R$ 1.074.388,31 em dívidas com a clínica Nefrovida, R$ 419.972,92 com fórmulas e suplementos, além de R$ 214.954,37 que deveriam ter sido repassados à S3 para o pagamento de profissionais de enfermagem. Outros gastos não quitados incluem contas de água, luz, telefone, internet, combustível e lavanderia, somando R$ 2.760.814,97.
Apesar do rastro de descaso herdado, a atual gestão da Secretaria de Saúde informa que não possui pendências com as empresas contratadas. Os pagamentos referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2025 foram efetuados em dia, garantindo o salário dos profissionais e a manutenção dos serviços nas unidades.
O Panorama da Bahia não conseguiu contato com o ex-prefeito de Camaçari, mas mantém o espaço aberto para inclusão do posicionamento.