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“É preciso preservar a ancestralidade”, afirma Mestre Curió em evento da capoeira

Barracão Cultural Odoyá tem programação extensa e segue até dia 2 de fevereiro

Foto: Alex Sander
Foto: Alex Sander

A roda de conversa “Ancestralidade e Musicalidade na Capoeira: história e significado” rendeu discussões importantes sobre a preservação das tradições e da ancestralidade passada por gerações na capoeira. A atividade ocorreu neste sábado (28), durante o segundo dia de programação do Barracão Cultural Odoyá, realizado pelo Capoeira em Movimento Bahia, na Casa da Música, na Lagoa do Abaeté, em Itapuã, Salvador.

Aos 86 anos, Mestre Curió tem sete décadas de capoeira e destacou sua preocupação com a manutenção dos costumes e da ancestralidade de seu povo. “A finalidade da música do passado é diferente da que vemos hoje. Venho conservando nossa ancestralidade porque sei que se não fossem os antigos não estaríamos aqui”, frisou.

Segundo o Mestre, instituições e grupos sociais têm se apropriado culturalmente do acúmulo da Capoeira podendo ocasionar, por exemplo, a descaracterização da prática ancestral. “O sistema capitalista quer que a gente abaixe a cabeça e aceite tudo, mas não podemos aceitar. Hoje até as igrejas estão querendo tirar nossa força e nosso poder. Agora tem a capoeira gospel que não quer atabaque, nem pandeiro e temos que ter cuidado com isso”, acrescentou.

Também participaram da roda de conversa: Mestra Janja, Mestre Tonho Matéria, Mestre Quiabo, Prof. Varão Angola e Profa. Odara, sob mediação do Contramestre Dainho Xequerê. A programação do Barracão contou também com oficinas de percussão corporal; composições, confecção de balaio sustentável, entre outras. O evento tem o patrocínio da Bahiagás.

Balaio Sustentável

Pela manhã, os participantes entregaram um balaio sustentável a Oxum, na Lagoa do Abaeté, e no fim da tarde, a Yemanjá, na Pedra do Sal, em Itapuã.

 

Juci Santana, idealizadora do Balaio Sustentável. | Foto: Alex Sander

O balaio sustentável é uma iniciativa da afroempreendedora Juci Santana que há 12 anos realiza a oferenda e, pelo segundo ano se integra ao Barracão Cultural Odoyá.

Festa no 2 de fevereiro

Dia 2, a partir das 12h, capoeiristas, foliões e devotos de Yemanjá poderão curtir embalados pelo samba das bandas Yayá Massemba – coletivo de mulheres do Vale do Capão – e Suinga. O ingresso custa R$ 50 ou R$ 70 com feijoada e pode ser adquirido no Velho Espanha Bar e Cultura, nos Barris, pelo Instagram @capoeiraemmovimentobahia ou no PIX: 71 99110-9784

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