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Documentos do BC revelam que Pix nasceu antes do governo Bolsonaro

Banco Central já trabalhava na concepção do sistema dois anos antes da posse do ex-presidente

Foto: Reprodução
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Embora tenha sido lançado oficialmente apenas em novembro de 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro, o Pix começou a ser elaborado muito antes disso. Documentos oficiais do Banco Central (BC) mostram que, em dezembro de 2018, as bases técnicas do sistema já estavam prontas. Naquele momento, um grupo formado por 130 representantes de bancos, consultorias, escritórios de advocacia e técnicos do governo já tinha concluído como o Pix iria funcionar.

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Mas as primeiras conversas sobre um sistema de pagamentos instantâneos são ainda mais antigas. Em dezembro de 2016, pouco após assumir o comando do BC, o então presidente Ilan Goldfajn criou a Agenda BC+, programa que pretendia modernizar o sistema financeiro brasileiro e promover a inclusão de mais pessoas no sistema bancário. Uma das principais metas desse programa era justamente tornar o sistema financeiro mais eficiente.

Na época, Goldfajn afirmou que, apesar de o Brasil já possuir um sistema financeiro dinâmico, ainda havia espaço para melhorar a oferta de produtos e serviços bancários. “Embora o nosso sistema seja notabilizado pela sua dinâmica, há espaços para aperfeiçoamentos visando tornar ainda mais eficiente a oferta de produtos e serviços financeiros a preços competitivos, com externalidades positivas para a eficiência da economia como um todo”, disse o então presidente do BC durante o lançamento da Agenda BC+.

Ainda em 2016, o Banco Central participou de um estudo internacional sobre pagamentos instantâneos realizado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), entidade sediada na Suíça que funciona como uma espécie de Banco Central dos bancos centrais. O relatório contou com a participação de 26 países, incluindo Estados Unidos e países da Europa, e abordava justamente os benefícios de um sistema instantâneo de pagamentos.

Grupo de Trabalho

Um passo decisivo na criação do Pix foi dado em maio de 2018. Naquele mês, o Banco Central lançou o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift). Esse laboratório existe até hoje e funciona como um espaço onde startups, pequenas empresas de tecnologia e estudantes universitários podem apresentar projetos inovadores para o sistema financeiro, alinhados com as ideias da Agenda BC+.

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Também em maio de 2018, foi criado pelo BC um grupo específico para estudar a criação dos pagamentos instantâneos. Esse grupo analisou diversas questões técnicas como segurança, velocidade das transações, interoperabilidade (integração entre diferentes bancos), aspectos jurídicos e formas de compensação financeira entre instituições.

O resultado desses estudos foi concluído em dezembro de 2018, pouco antes de Ilan Goldfajn deixar a presidência do Banco Central. No relatório anual do BC daquele ano, já havia até mesmo um infográfico detalhado mostrando como o futuro sistema, que depois recebeu o nome Pix, iria funcionar.

Testes e lançamento oficial

Em agosto de 2019, já sob nova direção, o Banco Central anunciou que tinha desenvolvido toda a base de dados do novo sistema e passaria a administrá-lo diretamente. A centralização dessa base no próprio BC tinha o objetivo de garantir segurança, rapidez e estabilidade ao Pix.

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O nome Pix, entretanto, só foi apresentado publicamente em fevereiro de 2020, pouco antes do início da pandemia da Covid-19. Roberto Campos Neto, então presidente do BC, explicou na época que o Pix atendia a uma forte demanda da sociedade brasileira por um meio de pagamento “barato, rápido, transparente e seguro”.

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Em outubro de 2020, uma resolução definiu oficialmente que o Pix seria gratuito para pessoas físicas e Microempreendedores Individuais (MEI). Essa gratuidade é mantida até hoje, exceto em casos específicos, como na venda direta de produtos e serviços pelos MEIs.

Após uma breve fase de testes com um número reduzido de clientes dos bancos (entre 1% e 5%), o Pix foi lançado oficialmente para todos em 16 de novembro de 2020. Desde então, tornou-se possível realizar transferências instantâneas 24 horas por dia entre diferentes bancos.

Em menos de cinco anos de operação, o Pix já movimentou cerca de R$ 65 trilhões. Somente em junho deste ano, bateu seu recorde mensal, movimentando R$ 2,866 trilhões, com a participação de 936 instituições financeiras. Para se ter uma ideia desse crescimento, no mês de lançamento (novembro de 2020), o Pix movimentou apenas R$ 25,869 bilhões, menos de 1% do volume atual.

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