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De Dilma para Temer: “a História não perdoa a prática da traição”

De Dilma para Temer:
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em resposta a Michel Temer (MDB) que, em entrevista ao Uol, afirmou que “não houve golpe” e que Dilma “teve dificuldade com o Congresso Nacional”, a ex-presidenta divulgou em suas redes sociais o texto abaixo:

Resposta a Michel Temer

“Eu agradeceria que o senhor Michel Temer não mais buscasse limpar sua inconteste condição de golpista utilizando minha inconteste honestidade pessoal e política. É justamente essa qualidade que despreza, rejeita e repudia uma avaliação que parte de alguém que articulou uma das maiores traições políticas dos tempos recentes.

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É de todo inócuo afirmar que não houve um golpe, pois, este personagem se ofereceu como vice-presidente por duas vezes. E, assim, sabia por duas vezes qual era o programa político das chapas vitoriosas que foram eleitas em 2010 e 2014.

As provas materiais da traição política estão expressas na PEC do Teto de Gastos, na chamada reforma trabalhista e na aprovação do PPI para as quais não tinha mandato. Nenhum desses projetos estavam em nossos compromissos eleitorais, pelo contrário, eram com eles contraditórios. Trata-se, assim, de traição ao voto popular que o elegeu por duas vezes.

Lembro ainda que a “dificuldade de diálogo com o Congresso” não é razão legal e constitucional para impeachment em um regime presidencialista, como ele bem sabe.

Tal “dificuldade” era uma integral rejeição às práticas do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, criador do Centrão, que queria implantar com o meu beneplácito o “orçamento secreto”, realizado, hoje, sob os auspícios de um dos seus mais próximos auxiliares na Câmara Federal.

Finalmente, relembro que a História não perdoa a prática da traição. O senhor Michel Temer não engana mais ninguém. O que se conhece dele é mais que suficiente para evitá-lo, razão pela qual não pretendo mais debater com este senhor.”

Dilma Rousseff

 

As notas publicadas com assinatura não traduzem a mesma opinião do Panorama da Bahia. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate sobre os diversos assuntos e variados pensamentos. Da mesma forma, os comentários relacionados não representam a opinião do site; a responsabilidade é de cada autor.

Dilma Vana Rousseff foi a 36ª presidente da República Federativa do Brasil. Foi a primeira mulher a ocupar a Presidência do Brasil e a terceira chefe de Estado do país. Acusada de improbidade administrativa, não conseguiu concluir o segundo mandato devido ao processo de impeachment.

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