O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 10,75% ao ano, marcando a primeira alta dos juros em mais de dois anos. A decisão, amplamente esperada pelo mercado financeiro, foi motivada pelas pressões inflacionárias causadas pela alta do dólar e pela seca prolongada, que impactaram os preços da energia e dos alimentos. Em comunicado, o Copom reforçou seu compromisso com a convergência da inflação à meta.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. A autoridade monetária explicou que o aumento da taxa se deve a diversos fatores, como a resiliência da atividade econômica, o mercado de trabalho aquecido e a deterioração das expectativas de inflação. “O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros será ditado pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, afirmou o Copom em comunicado.
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulou alta de 4,24% nos últimos 12 meses, muito próximo ao teto da meta de 4,5%. O Banco Central mantém a previsão de que o IPCA fechará 2024 em 4%, mas as pressões inflacionárias podem alterar essa estimativa, especialmente com a alta dos preços de alimentos e energia.
A elevação da Selic torna o crédito mais caro, desestimulando o consumo e a produção, o que ajuda a controlar a inflação. No entanto, a medida pode dificultar o crescimento econômico. O Banco Central projetou um crescimento de 2,3% para a economia em 2024, enquanto o mercado estima uma expansão de 2,96%, segundo o boletim Focus.
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O próximo relatório de inflação do Banco Central, que será divulgado no fim de setembro, trará uma atualização das estimativas econômicas. Analistas esperam que as incertezas em torno da inflação e o impacto da política monetária possam influenciar novas decisões sobre a Selic ao longo de 2024.