O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, recomendou “cautela” para reconhecer o resultado das eleições presidenciais na Venezuela. No domingo (28), os venezuelanos votaram para escolher entre o atual presidente, Nicolás Maduro, e o opositor Edmundo González.
Amorim afirmou ao blog de Andreia Sadi, no G1, que a cautela se deve à falta de transparência no anúncio dos resultados. “O fato principal que nos leva a ser cauteloso é que não deram o resultado público mesa por mesa, porque o governo deu até agora é um número, mas tem que mostrar como chegou nesse número: ata por ata”, explicou. Ele ressaltou a complexidade da situação e a necessidade de um regime democrático pacífico na Venezuela. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.
Na madrugada desta segunda-feira (29), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano anunciou a reeleição de Maduro, enquanto a oposição afirmou que González venceu com pelo menos 70% dos votos. Após o anúncio, o site do CNE saiu do ar e permanece inacessível.
Durante uma coletiva de imprensa, os opositores alegaram irregularidades no processo eleitoral, incluindo dificuldades para acessar as atas impressas das zonas eleitorais, conseguindo reunir apenas 40% dos documentos. A eleição ocorreu em meio a um clima tenso, com alegações de fraude e declarações controversas de Maduro, que ameaçou com um “banho de sangue” caso não fosse reeleito, o que gerou choque na comunidade internacional.