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Catadores que trabalharam no Carnaval, voltam na 2ª edição do Arraiá Sustentável e Solidário

Somente nos dois primeiros dias de evento, no Pelourinho e no Parque de Exposições, foram mais de 3,6 toneladas de materiais recicláveis recolhidos

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Há dois anos desempregado, o pedreiro Bruno de Aragão sobrevive e sustenta o filho, de 7 anos, que mora com a avó paterna, com o dinheiro que ganha vendendo os materiais recicláveis que recolhe nas ruas do centro de Salvador. Para ele, contar com o apoio dos projetos desenvolvidos por associações e cooperativas de coleta de materiais recicláveis, em parceria com instituições públicas, durante os grandes festejos, na capital baiana, tem sido de suma importância.

Pela segunda vez consecutiva, Bruno participa das iniciativas. A primeira foi no Carnaval deste ano, quando se cadastrou no projeto Eco Folia Solidária e conseguiu juntar um bom dinheiro, durante os sete dias de festejo de Momo. “Ô, meu Deus… Foi bom, muito bom. Ganhei uns R$1,5mil, consegui mandar dinheiro para meu filho e comprei algumas coisas”, disse o trabalhador, sorrindo.

Desta vez, ele está cadastrado no Arraiá Sustentável e Solidário no São João da Bahia. A expectativa, agora, é coletar a maior quantidade de resíduos possível, no Pelourinho e ruas adjacentes, e conseguir bater a meta de plástico e alumínio, várias vezes, para juntar mais dinheiro e mandar para a mãe e o filho. “No mínimo, quero fazer uns R$800. Também vou mandar para meu filho”, disse o rapaz, bem esperançoso.

Seu Marcos William também sobrevive dos materiais descartados irregularmente, nas ruas e vielas do Centro Histórico de Salvador. São 30 anos recolhendo e vendendo o que para muita gente é lixo. Assim como Bruno, ele agradece a oportunidade de poder participar dessas iniciativas.

No Carnaval, seu Marcos também foi beneficiado pelo projeto Eco Folia Solidária e conseguiu pegar uma boa grana. “Olha, não me lembro bem, não. Mas, sei que foi um bom dinheiro. Não consegui juntar porque ia pegando e gastando. Trabalhei sozinho, bati até uma meta de R$100 [bonificação dada a quem conseguisse coletar determinada quantidade de plástico e PET]”, contou ele.

Já cadastrado no Arraiá Sustentável e Solidário no São João da Bahia, seu Marcos já planeja trabalhar focado para conseguir receber o valor por cada quilo de material recolhido mais as bonificações de R$30, por meta batida. “Vou correr legal. Quero bater a meta várias vezes”, completou, Marcos Willian Reis Santos.

Segunda edição do Arraiá

Bruno e Marcos estão entre os 420 catadores e catadoras de materiais recicláveis que serão beneficiados pela ação coordenada pelas cooperativas e associações Cooperguary, Caec, Camapet, Coocreja, Cooperes, Canore, Crun, Cooperbrava, Cooperbari, Canarecicla e Coleta Cidadã e a ONG Centro de Arte e Meio Ambiente – CAMA, que compõem o Fórum Estadual Lixo e Cidadania da Bahia – FLC-Ba.

“A intenção do projeto é dar dignidade aos catadores e catadoras que trabalham coletando materiais recicláveis e também dar mais visibilidade à nossa classe”, explicou Elias Junior, coordenador do Arraiá.

O projeto conta com o apoio do Governo do Estado, por meio da SETRE, SEMA e CAR, e fomenta o trabalho dos catadores e catadoras de materiais recicláveis, implementando assim as leis 12.305/10 e 12.932/14 que institui a política nacional e estadual de resíduos sólidos, favorecendo a diminuição dos impactos socioambientais, fomento à economia criativa, empreendedorismo e inovação e a geração de trabalho e renda.

Ao se cadastrar na iniciativa, o profissional, além de ganhar um kit de trabalho contendo uma mochila, uma calça, uma camisa, um par de botas, um par de meias, um par de luvas, uma capa de chuva e um saco para guardar o material recolhido, ainda consegue vender todos os resíduos por um preço justo e receber uma bonificação ao bater metas. Nas vilas, o preço do kg do alumínio custa R$4, o plástico, R$0,5 e do PET, R$1. O valor da bonificação é de R$30 para cada 15kg de alumínio ou 10kg de plástico e PET.

A expectativa para esta 2ª edição do Arraiá é retirar do meio ambiente cerca de 12 toneladas de resíduos sólidos, até o dia 2 de julho. Somente nos dois primeiros dias de evento, no Pelourinho e no Parque de Exposições, foram mais de 3,6 toneladas de materiais recicláveis recolhidos.

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