O deputado estadual Robinson Almeida (PT) criticou nesta quinta-feira (18), às declarações do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), que atribuiu a investigação da Polícia Federal contra o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, a uma suposta retaliação política do governo federal, chamando a ação de “modus operandi do PT”.
Em coletiva de imprensa em Salvador, Bruno Reis havia afirmado que a operação, que menciona Rueda, ocorreu logo após o rompimento da federação União Brasil-Progressistas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sustentando que a coincidência configuraria perseguição.
No entanto, Robinson Almeida rebateu a interpretação do prefeito e classificou a acusação como uma tentativa de blindar aliados em meio a um processo conduzido por instituições autônomas. “Bruno Reis tenta politizar uma investigação séria para proteger um correligionário. A Polícia Federal não age por conveniência política, age a partir de fatos e indícios, e qualquer tentativa de desqualificar seu trabalho enfraquece a democracia”, declarou o parlamentar.
Segundo o deputado, a narrativa apresentada pelo prefeito desvia o debate público e lança dúvidas infundadas sobre a autonomia das instituições. Para Almeida, ao transformar toda apuração em suposta retaliação, a oposição coloca em risco a credibilidade dos órgãos de controle. “Se Bruno Reis tem provas de que houve interferência política, que as apresente. O que não podemos é banalizar investigações sérias e reduzir o combate ao crime organizado a uma disputa eleitoral”, acrescentou.
A investigação da PF integra a operação Carbono Oculto, que apura a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) em setores econômicos, incluindo combustíveis e aviação, com uso de empresas e fundos para ocultação patrimonial. O nome de Antonio Rueda foi citado em razão de aeronaves registradas em nome de terceiros e de vínculos com empresários investigados.