A alta comissária de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, disse nesta segunda-feira (13) que o Brasil apresenta “situação crítica que exige ação urgente”. Assim como o Brasil, Bachelet citou outros 29 países na mesma condição, entre eles, Afeganistão, Irã, Síria, Ucrânia e Venezuela.
Em seu discurso na 50ª sessão de Conselho de Direitos Humanos da organização, Bachelet pediu às autoridades do Brasil que “assegurem o respeito pelos direitos fundamentais e instituições independentes”. Ela disse ainda estar alarmada com ameaças contra os direitos humanos e ambientais de povos indígenas, incluindo a exposição aos perigos da mineração.
Em sua fala, Bachelet demonstrou preocupação com o cenário pré-eleitoral no Brasil. Ela indicou haver “casos recentes de violência e racismo estrutural em questões policiais, como ataques contra parlamentares e candidatos, principalmente afrodescendentes, mulheres e pessoas lgbtqia+ antes das eleições gerais”.
Despedida
A reunião também serviu como palco para o anúncio de que Bachelet não concorrerá a mais um mandato como alta comissária do Conselho de Direitos Humanos. A ex-presidente do Chile afirmou que se despede por motivos pessoais e que voltará a seu país. Bachelet foi a primeira mulher a assumir a presidência do Chile, após ser vítima de tortura pelo regime Pinochet. Seu mandato, iniciado em 2018, acaba no fim de agosto.