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Brasil e China lideram aliança de países pela paz e buscam soluções diplomáticas para conflitos globais

Grupo Amigos da Paz, formado por 13 países, manifesta preocupação com a guerra na Ucrânia

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasil, China e mais 11 países anunciaram, na última sexta-feira (27), a criação do Grupo Amigos da Paz, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York. A aliança, composta por nações do Sul Global, busca promover esforços internacionais para alcançar a paz em áreas de conflito. O grupo expressou especial preocupação com a escalada da guerra na Ucrânia e reafirmou o compromisso com os princípios da Carta das Nações Unidas, como o respeito à soberania e à integridade territorial.

A iniciativa, copresidida pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e seu homólogo chinês, Wang Yi, contou com a presença de chanceleres e representantes de alto nível de 13 países, incluindo México, África do Sul e Turquia. No comunicado conjunto, o grupo apelou para que as partes envolvidas no conflito ucraniano busquem soluções pacíficas por meio da diplomacia e evitar a ampliação do combate.

O documento também destacou a necessidade de proteção a civis e infraestruturas críticas, além de pedir o aumento da assistência humanitária e o cumprimento de acordos internacionais para evitar o uso de armas de destruição em massa.

Veja a íntegra do comunicado abaixo:

Os Ministros das Relações Exteriores e Altos Representantes de um grupo de países do Sul Global se reuniram à margem do Debate Geral da 79ª sessão da Assembleia Geral, em 27 de setembro de 2024. Ao final da reunião, África do Sul, Argélia, Bolívia, Brasil, Cazaquistão, China, Colômbia, Egito, Indonésia, México, Quênia, Turquia e Zâmbia emitiram o seguinte comunicado conjunto:

1 – Estamos profundamente preocupados com a hostilidade em andamento na Ucrânia e os riscos de sua escalada. Estamos preocupados com os riscos e crises decorrentes desse conflito, que já afetou muitos países, incluindo aqueles do Sul Global.

2 – Pedimos a observação dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, respeitando a soberania e a integridade territorial dos Estados, respeitando as legítimas preocupações dos Estados e levando em consideração a necessidade de sustentar os princípios de paz, segurança e prosperidade.

3 – Enfatizamos a importância de soluções pacíficas para todos os conflitos internacionais, enquanto continuamos a promover o espírito de solidariedade e parceria entre as nações, conforme enfatizado pelos princípios de Bandung, entre outros.

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4 – Ressaltamos a importância de apoiar uma solução duradoura pelas partes do conflito, por meio de uma diplomacia inclusiva e por meios políticos baseados na Carta da ONU. Encorajamos todos os lados a viabilizar as condições para tal solução. Tomamos nota dos “Entendimentos Comuns de Seis Pontos” entre a China e o Brasil sobre a resolução política da crise da Ucrânia (A/78/972) e outras iniciativas com esse objetivo.

5 – Chamamos as partes do conflito a observar princípios para uma desescalada e destacamos a importância de não expandir o campo de batalha e não intensificar os combates.

6 – Pedimos o aumento da assistência humanitária e da proteção de civis, incluindo mulheres e crianças. Infraestruturas civis, incluindo instalações nucleares pacíficas e outras instalações de energia, não devem ser os alvos de operações militares. Apoiamos os esforços de mediação para a troca de prisioneiros de guerra entre as partes do conflito.

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7 – Pedimos a abstenção do uso ou da ameaça de uso de armas de destruição em massa, especialmente armas nucleares, bem como armas químicas e biológicas. Todos os esforços devem ser envidados para prevenir a proliferação nuclear e evitar uma guerra nuclear. Todas as partes devem cumprir as leis e acordos internacionais relevantes e prevenir resolutamente acidentes nucleares provocados pelo homem.

8 – Pedimos esforços para aumentar a cooperação internacional em energia, moedas, finanças, comércio, segurança alimentar e segurança de infraestruturas críticas, para proteger a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos globais.

9 – Concordamos em continuar o engajamento e as consultas em diferentes níveis e com todas as partes. Decidimos orientar nossos Representantes Permanentes junto às Nações Unidas a formar um grupo de “amigos pela paz” com o objetivo de fomentar entendimentos comuns para apoiar os esforços globais para alcançar uma paz duradoura.

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