O Brasil assumiu nesta quinta-feira (3) a presidência temporária do Mercosul, durante a 66ª Cúpula do bloco em Buenos Aires. Ao receber o comando do presidente argentino Javier Milei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou como prioridades o fortalecimento do comércio regional, a promoção da transição energética, o avanço tecnológico, o combate ao crime organizado e a redução das desigualdades sociais. Segundo Lula, o Mercosul se torna um “refúgio” num mundo instável, e deve preservar sua autonomia diante de tensões globais.
Entre as metas, está o avanço do acordo comercial com a União Europeia, considerado estratégico para ampliar mercados e investimentos, mas ainda enfrenta resistências de países europeus como a França. Lula também destacou a importância de consolidar negociações com a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta) e avançar em diálogos com Canadá, Emirados Árabes Unidos, Panamá, República Dominicana, além de atualizar acordos com Colômbia e Equador.
O Brasil defendeu ainda a modernização do sistema de pagamentos em moedas locais para facilitar as transações digitais no bloco, além de fortalecer a Tarifa Externa Comum (TEC) e incorporar os setores automotivo e açucareiro ao regime do Mercosul. Lula elogiou o progresso feito pela Argentina ao flexibilizar exceções tarifárias e sinalizou apoio ao financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento regional.
Para o presidente brasileiro, a preservação da robustez institucional do Mercosul garante estabilidade e oportunidades para toda a América do Sul. “Estar no Mercosul nos protege. Nossa Tarifa Externa Comum nos blinda contra guerras comerciais alheias. Nossa robustez institucional nos credencia perante o mundo como parceiros confiáveis. Enfrentaremos o desafio de resguardar nosso espaço de autonomia em um contexto cada vez mais polarizado”, afirmou Lula.