Milhares de argentinos tomaram as ruas de Buenos Aires nesta terça-feira (23) em uma marcha expressiva contra as medidas de austeridade implementadas pelo presidente Javier Milei, que incluem cortes orçamentários significativos na educação pública. Este é o maior protesto até o momento relacionado às políticas de austeridade adotadas pelo governo.
As manifestações refletem as crescentes tensões provocadas pelos cortes de gastos, que visam resolver o déficit fiscal do país, mas têm impactado negativamente a economia real. Em cartazes erguidos durante as marchas, apoiadas por sindicatos na capital e em outras localidades, frases como “Defenda as universidades públicas”, “Estudar é um direito” e “Acima o orçamento, abaixo o plano de Milei” foram vistas. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.
“Estou aqui para defender as universidades públicas”, afirmou Pedro Palm, um arquiteto de 82 anos formado na renomada Universidade de Buenos Aires (UBA), que recentemente alertou sobre a possibilidade de fechar suas portas devido aos cortes orçamentários.
Milei, enfrentando uma crise econômica herdada de anos de gastos excessivos do governo, está adotando uma política de cortes orçamentários agressivos, apelidada de “motosserra”, que resultou em três meses consecutivos de superávit fiscal no início do ano. No entanto, os cortes têm impactado severamente o setor público, especialmente as universidades públicas argentinas, como a UBA, que dependem fortemente do financiamento estatal.
“Educação é um dos pilares fundamentais da nossa ideologia. Não queremos fechar as universidades”, afirmou Manuel Adorni, porta-voz presidencial, defendendo a posição do governo e pedindo por uma manifestação pacífica.