O Ministério do Trabalho e Emprego notificou, nesta quarta-feira (12), a Ambev e a Prefeitura de Salvador por submeterem 303 vendedores ambulantes a condições de trabalho análogas à escravidão durante o Carnaval 2025. A fiscalização realizada entre os dias 19 de fevereiro e 4 de março no circuito Barra-Ondina constatou que os trabalhadores estavam em situação de total subordinação à empresa e ao município, sem autonomia ou direitos garantidos.
Segundo os auditores fiscais, a Ambev não atuou apenas como patrocinadora e fornecedora, mas sim como empregadora dos vendedores e, portanto, deveria garantir salários e benefícios. Já a Prefeitura de Salvador foi corresponsabilizada por ter firmado contrato de exclusividade com a empresa, selecionado os trabalhadores e fiscalizado a venda de bebidas, sem evitar as condições degradantes. A investigação apontou que o problema pode ser ainda maior, já que a Secretaria Municipal de Ordem Pública credenciou 2.500 ambulantes para a festa.
A Ambev negou irregularidades, alegando que os vendedores atuavam como autônomos conforme regras do edital de patrocínio e que a empresa não possuía vínculo empregatício com os trabalhadores. A prefeitura, por sua vez, afirmou que tem adotado medidas para melhorar as condições de trabalho dos ambulantes e garantiu que não foi autuada pelo Ministério do Trabalho. O caso segue em análise pelas autoridades federais. Clique aqui para ler a reportagem completa.