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Ailton Krenak apresenta nova obra na Festa Literária de Ilhéus

Em evento cultural diversificado, o primeiro indígena da ABL lança livro "Kuján e os meninos sabidos", abordando mitos de criação Krenak

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Ailton Krenak, renomado filósofo e ativista indígena, marcou presença na 7ª Festa Literária de Ilhéus (FLI), lançando seu mais recente livro “Kuján e os meninos sabidos”, escrita em colaboração com Rita Carelli. O evento, que ocorreu nesta quinta-feira (14) no Centro de Convenções de Ilhéus, atraiu uma multidão de todas as idades, demonstrando o impacto de Krenak no cenário literário e cultural. Durante o dia, Krenak interagiu com o público infantil e, à noite, participou de uma roda de conversa intitulada “A natureza do tempo presente”, explorando temas de tradição e modernidade.

O livro – A obra “Kuján e os meninos sabidos” mergulha nas origens do mundo de acordo com a cosmovisão Krenak, um povo originário do norte de Minas Gerais. Krenak descreve os protagonistas da história, Roti e Cati, como gêmeos mágicos, presentes em várias narrativas indígenas, que desempenham um papel crucial na preservação e transmissão da cultura e sabedoria ancestral. A história culmina no reconhecimento de um tamanduá como um ancião Krenak, cuja identidade é crucial para a manutenção das tradições e conhecimentos do povo.

Durante o evento, Krenak não apenas compartilhou aspectos de sua cultura, mas também enfatizou a importância de se reconhecer e valorizar as histórias e tradições indígenas como fundamentais para a identidade cultural brasileira. “Ele ensinou essa gente humana a fazer casa, barco, canoa, arco, flecha, brincar, cantar, dançar. Quer dizer, tudo que é cultura quem doou para nós foi o tamanduá”, refletiu Krenak sobre o legado cultural narrado no livro.

Demarcação – Além do lançamento de Krenak, a FLI também foi palco para importantes discussões sobre direitos indígenas, com destaque para a participação de Casé Angatu, indígena xukuru e professor, que aproveitou a ocasião para reforçar a necessidade de luta pela demarcação do Território Tupinambá. O evento conclui nesta sexta-feira (15) com a presença esperada de grandes nomes como o escritor moçambicano Mia Couto e o cantor Silvanno Salles, garantindo um encerramento memorável para a sétima edição da festa.

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FLI – A FLI tem se destacado por sua acessibilidade e inclusão, oferecendo recursos como tradução para Libras e infraestrutura adequada para pessoas com dificuldades de locomoção, reafirmando o compromisso do evento em promover a literatura e a cultura de maneira inclusiva e abrangente. A festa é uma realização da Sarça Comunicação, com apoio do Governo do Estado da Bahia e diversas outras entidades culturais e educacionais.

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