Foto: Panorama da Bahia
Durante reunião com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), nesta segunda-feira (4), o secretário da Casa Civil, Afonso Florence, afirmou ao Panorama da Bahia que o governo americano ainda não recuou da decisão de aplicar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o que, segundo ele, representa um “embargo” que inviabiliza a exportação. A medida afeta diretamente o setor produtivo baiano, que agora busca alternativas em parceria com o governo do Estado.
Florence explicou que houve uma “excepcionalização” no dia 30 de julho, com a retirada de parte dos produtos brasileiros — inclusive baianos — da tarifa, mas outros ainda seguem tributados. “O governo americano não fez negociação nenhuma. Ele anunciou a tarifa de 50%, que é o embargo. O embargo é a proibição de importação. Um produto exportado receber mais 50% de tributo inviabiliza a exportação”, afirmou.
Para enfrentar o impacto, o Estado articula medidas técnicas e institucionais. Um esforço conjunto entre Casa Civil, Seplan, SDE, Sefaz e FIEB tem feito análises detalhadas das cadeias de insumos e produtos afetados. “Nós ainda precisamos de uma nova etapa de negociação, que ainda não aconteceu. A nossa expectativa é que a partir dessa semana se abra uma negociação”, disse Florence, lembrando que o vice-presidente Geraldo Alckmin se reunirá com o setor produtivo nesta terça-feira (5).
Além da busca por soluções na esfera federal, a Bahia pretende diversificar mercados. O secretário destacou que o Estado trabalhará para redirecionar exportações que eventualmente fiquem inviabilizadas e buscará abrir novos destinos comerciais. Florence também anunciou que a ApexBrasil abrirá um escritório na Bahia, fortalecendo a estrutura de comércio exterior do estado.
Para Florence, a experiência inesperada da tarifa reforça a importância de fortalecer a atuação baiana no cenário internacional. “Vamos dar um novo passo no comércio exterior baiano a partir dessa experiência que ninguém esperava que isso acontecesse, mas que exige de nós uma resposta estratégica e articulada”, concluiu.
Afonso Florence afirmou que a tarifa de 50% imposta pelos EUA “inviabiliza a exportação” e que a Bahia, em parceria com a FIEB e o governo federal, articula ações para minimizar o impacto do tributo, redirecionar produtos afetados e abrir novos mercados, com apoio da ApexBrasil. pic.twitter.com/ZGCqeXUySk
— Panorama da Bahia (@panoramadabahia) August 5, 2025
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