O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado Adolfo Menezes (PSD), disse neste domingo (6) que a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), é um “desserviço ao Brasil”. “Justamente quando começamos a superar parte da divisão dos últimos quatro anos, e confirmada na última eleição, vem o governador de Minas e sai com um disparate dessa monta, colocando sulistas contra nordestinos. Isso é discussão dos anos 1930, da época do Estado Novo, debate já há muito superado. O Brasil precisa é se unir, e não se dividir”, reage o chefe do Legislativo estadual.
Para o presidente da ALBA, o governador de Minas Gerais deve repensar o que disse se ainda pretender ser candidato à Presidência da República. “O Zema esqueceu que Bolsonaro não se elegeu por falta de votos no Nordeste. Não queremos esmolas, mas justiça social econômica, porque o Sul-Sudeste se enriqueceu em desfavor do empobrecimento do Norte-Nordeste. Acho que ele faltou a essa aula básica de economia brasileira. Recomendo que leia um conterrâneo dele – Darcy Ribeiro, de Montes Claros – que teve muita clareza ao defender um Brasil uno e desenvolvido, corrigindo injustiças seculares”, finaliza Menezes.
Entenda
Em uma entrevista dada ao jornal “O Estado de S. Paulo” no último sábado (5), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, mencionou a formação de uma aliança Sul-Sudeste em resposta à articulação dos governadores dos nove estados nordestinos. Ao comentar a formação da frente, Zema falou sobre o “protagonismo econômico e político” do Sul e Sudeste. Disse, ainda, que o Brasil funciona como um “produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”, referindo-se aos estados nordestinos.
De acordo com Zema, o bloco Sul-Sudeste é formado pelos sete governadores da região. Para ele, as regiões estariam em desvantagem em votações na Câmara, mesmo representando uma fatia maior da população. “Outras regiões do Brasil, com estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso”, disse em entrevista.