O ex-prefeito de Salvador e possível candidato ao governo do estado, ACM Neto (União Brasil), se posicionou contra a unificação das eleições durante entrevista à Band Bahia. Segundo ele, juntar eleições municipais, estaduais e federais “mistura alhos com bugalhos” e prejudicaria o debate local. A declaração vai na contramão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 12/2022, aprovada nesta quarta-feira (21) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que institui mandatos de cinco anos e eleições unificadas a partir de 2034.
Enquanto ACM Neto defende manter eleições a cada dois anos – e, consequentemente, manter o custo bilionário para os cofres públicos –, o presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD), comemora o avanço da proposta. “Ou o Congresso acaba com a eleição de dois em dois anos, ou essa eleição vai acabar com o Congresso, porque a população não aceita mais esse gasto absurdo”, afirmou Otto, lembrando que, em quatro anos, o Brasil chega a realizar três eleições, com três fundos eleitorais que somam cerca de R$ 15 bilhões.
Otto criticou abertamente a lógica defendida por ACM Neto, reforçando que os custos poderiam ser revertidos em investimentos em saúde, educação e infraestrutura. “São bilhões que poderiam estar ajudando o povo, mas que vão para campanhas eleitorais desnecessárias. Fazer eleições de cinco em cinco anos é economia para o Brasil e mais eficiência para a democracia”, completou o senador, defensor da PEC que também põe fim à reeleição no Executivo.
A proposta, que recebeu maioria absoluta na CCJ, segue agora para o plenário do Senado, onde precisa de 49 votos para ser aprovada. Se passar, as mudanças valerão a partir de 2034, colocando fim às eleições de dois em dois anos e à possibilidade de reeleição para presidente, governadores e prefeitos, contrariando quem, como ACM Neto, prefere manter o velho modelo, mesmo com impacto bilionário nos cofres públicos.
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