O ex-presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), acusou o atual líder do partido, Antonio Rueda, de envolvimento em um esquema de venda de controle de diretórios estaduais e municipais em troca de propina. Segundo Bivar, as negociações teriam ocorrido em hotéis e em um apartamento alugado em São Paulo, que, de acordo com ele, era usado “para receber encomendas”.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Bivar também afirmou que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, teria se aproveitado de uma crise envolvendo o diretório do Amazonas para articular sua saída da presidência do partido e entregar o comando a Rueda.
“Ele [Rueda] insinuou para que eu anulasse a eleição lá. Escrevi a carta, e ele recebeu uma prensa do Marquinhos, o ‘rei do lixo’ [José Marcos Moura] e do ACM [Neto]. Eu disse que não iria desfazer, e esse foi o grande motim que o ACM aproveitou para dizer: ‘Olha, Rueda, se você vier para o nosso lado, a gente faz você presidente’. Beliscou ele com a mosca azul”, disse Bivar.
Sobre ACM Neto, ele afirma que o ex-prefeito sabia com quem estava se associando ao apoiar Rueda.
“Se tem negócio, então tem tratativa política. Se não tem negócio, então não tem tratativa política. Negócios de toda ordem. ‘Quanto é que o secretário de Transportes contribui para o partido por mês? X. Então tá bom, a gente vai te apoiar’.”
Bivar afirmou ainda que pretende deixar o União Brasil durante a próxima janela partidária, até abril de 2026. “Enquanto for dirigido por alguém que trata só de negociatas, não posso participar”, disse.
Em nota, Antonio Rueda classificou as acusações como “delírios e calúnias”, afirmando que Bivar “foi rejeitado nas urnas, afastado pela Justiça, responde a processos e agora recorre a delírios e calúnias para tentar justificar sua irrelevância política”.