O dólar comercial fechou em alta nesta segunda-feira (16), atingindo R$ 6,09, maior valor nominal desde a criação do real em 1994. Apesar das intervenções do Banco Central (BC), que vendeu US$ 4,6 bilhões no mercado à vista e em operações de recompra, a moeda norte-americana subiu 0,99%. A instabilidade cambial também afetou a bolsa de valores, que caiu 0,84%, encerrando o dia aos 123.560 pontos, o menor patamar desde 26 de junho.
Fatores domésticos e externos influenciaram o mercado. No Brasil, as atenções se voltaram para a votação do pacote de corte de gastos na Câmara dos Deputados, com liberação de R$ 7 bilhões em emendas pelo governo para acelerar a aprovação. A incerteza fiscal, somada à alta demanda por dólares, pressionou a moeda. No exterior, a expectativa pela reunião do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos e a decisão sobre os juros básicos aumentaram a volatilidade.
Uma declaração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, durante a tarde, também trouxe tensão ao câmbio. Trump anunciou a intenção de sobretaxar produtos brasileiros, o que intensificou a desconfiança dos investidores e contribuiu para a valorização do dólar no Brasil. Com a alta da moeda e a queda da bolsa, o cenário reflete a combinação de instabilidade política interna e preocupações com o mercado internacional.