O apagão causado pelas fortes chuvas em São Paulo na última sexta-feira (11) e ainda não resolvido totalmente trouxe à tona um embate entre o governo federal e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acusou a Aneel de não avançar nas investigações contra a Enel, distribuidora de energia responsável pelo estado, após o apagão de novembro passado. Silveira afirmou que a agência está “tomada por bolsonaristas”, dificultando as ações contra a concessionária.
O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, também criticou a atuação do governo federal e da Aneel, defendendo até uma intervenção na Enel. Ele afirmou que a distribuidora não cumpriu as exigências estabelecidas após o último apagão e que falhou em preparar um plano de contingência para o recente incidente, prejudicando a população paulista. A crise entre os poderes reforça a falta de consenso sobre a regulação e a fiscalização do setor energético no estado.
A situação esquentou ainda mais quando o ministro Silveira responsabilizou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, por não fazer a poda de árvores, o que poderia ter minimizado os danos. Nunes rebateu, dizendo que a prefeitura cumpriu suas responsabilidades e que as falhas foram exclusivamente da Enel. A distribuidora segue sob pressão para resolver o problema e apresentar explicações.