O prefeito de Ilhéus, Mario Alexandre (PSD), conhecido como “Marão”, foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (26), que apura suspeitas de corrupção, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Batizada de “Operação Barganha”, a ação cumpriu mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete do prefeito, além de atingir Bento Lima, ex-secretário de Gestão de Ilhéus e candidato nas eleições de 2024.
A investigação teve início com uma delação premiada que revelou um esquema de propinas em contratos de coleta de lixo firmados pela prefeitura. Segundo o delator, Marão teria negociado receber metade dos lucros da empresa contratada, enquanto o ex-procurador-geral do município, Jefferson Santos, teria dado parecer favorável ao contrato, mesmo diante de irregularidades. As buscas da Polícia Federal também se estenderam a outras cidades, como Salvador e Itabuna.
Além do esquema de coleta de lixo, Bento Lima é acusado de receber propinas de empresas envolvidas na terceirização de serviços de saúde. De acordo com a investigação, parte dos desvios financiou a compra de um carro para a esposa do prefeito e cobriu despesas pessoais. A operação apreendeu mais de R$ 700 mil em espécie na casa de um dos empresários ligados ao esquema.
Os contratos sob investigação nas operações recentes ultrapassam R$ 90 milhões, e os envolvidos podem ser responsabilizados por crimes como corrupção, fraude em licitação, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
