O Museu Ilé Ohun Lailai, localizado no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, passará por uma requalificação completa, incluindo a restauração de sua estrutura e acervo sagrado. A Prefeitura de Salvador, em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) e a Secretaria Municipal da Educação (Smed), lidera as intervenções que visam revitalizar o espaço, tornando-o parte da rota do afroturismo na cidade.
As obras, que incluem troca de telhado, climatização e urbanização, têm início previsto para setembro e devem durar de seis a sete meses. O investimento está estimado em R$ 1 milhão. “Temos um pré-projeto concluído que prevê a modernização do museu para que ele se torne um ponto de referência para turistas que buscam conhecer mais sobre a cultura negra e a ancestralidade”, explicou o secretário de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.
Além disso, a restauração contará com a supervisão de Mãe Ana de Xangô, atual ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, que ressaltou a importância histórica da requalificação: “A requalificação será um marco para a história da cidade, garantindo a continuidade da ancestralidade das iyás que passaram por aqui. Esse novo espaço vai promover um intercâmbio cultural no Brasil e no mundo.”
O projeto também inclui a implantação de uma creche municipal, que complementará a requalificação da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos, já em andamento no terreiro. “Estamos estudando os modelos possíveis para garantir que os alunos possam fazer todos os percursos pedagógicos na área do terreiro, participando das atividades desse território e garantindo uma educação antirracista e integral de qualidade”, afirmou o secretário de Educação, Thiago Dantas. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.
O Museu Ilé Ohun Lailai, fundado em 1982, resguarda exemplares de plantas sagradas, além de pertences de figuras históricas do candomblé, como Mãe Aninha e as sacerdotisas que comandaram o templo. Com a requalificação, o espaço será revitalizado para criar uma experiência imersiva e poética, inspirada na simbologia das gameleiras, árvores sagradas nos templos afro-brasileiros.