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MST inicia Jornada Nacional de Lutas com ocupações de terra em todo o país

Movimento reivindica ações em memória dos mártires de Eldorado do Carajás e celebra 40 anos de luta

Foto: Jonas Santos
Foto: Jonas Santos

Começou nesta segunda-feira (15) uma série de manifestações promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em todo o país, marcando o início da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária. Sob o lema “Ocupar para o Brasil Alimentar”, as ações se estenderão até sexta-feira (19), buscando pressionar pela realização da Reforma Agrária. O movimento também presta homenagem aos 28 anos dos mártires de Eldorado do Carajás e celebra quatro décadas de lutas do MST.

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Até o momento, a jornada já registra a realização de 30 ações diversas em 14 estados brasileiros, envolvendo mais de 20 mil famílias Sem Terra. Desse total, o MST organizou 24 ocupações de terra em 11 estados diferentes. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.

As ocupações ocorreram em Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Norte, Paraná, Pará, Distrito Federal, Ceará, Rio de Janeiro e Bahia, acompanhadas por outras atividades como a construção do Acampamento em Defesa da Reforma Agrária em Maceió (AL), uma Assembleia Popular no Maranhão, ocupação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Pernambuco, manifestação em Sergipe e uma Audiência Pública no Incra de Santa Catarina. Na Bahia, a Marcha Estadual em Defesa da Reforma Agrária continuou, enquanto um Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra foi realizado na Curva do “S”, em Eldorado do Carajás (PA).

O foco das ocupações de terra é destacar a urgência e necessidade da Reforma Agrária para garantir a produção de alimentos saudáveis no Brasil, visando a erradicação da fome tanto no campo quanto na cidade, além de promover o desenvolvimento agrário, social, econômico e político do país. Isso se torna ainda mais crucial em um momento em que o orçamento destinado à obtenção de terra e direitos básicos no campo é o menor dos últimos 20 anos, por dois anos consecutivos.

Em uma carta divulgada nesta segunda-feira (15) ao povo brasileiro, o MST reafirma seu direito legítimo de lutar pelo acesso à terra e exige que a função social da terra seja respeitada. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.

Por outro lado, o governo federal anunciou o Programa Terra da Gente no mesmo dia das ocupações. A iniciativa, parte de uma nova estratégia para ampliar e acelerar a Reforma Agrária, foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e pelo presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Aldrighi.

Segundo as estimativas do programa, cerca de 295 mil famílias agricultoras em todo o país serão beneficiadas até 2026.

Ceres Hadich, da Coordenação Nacional do MST, destacou que o anúncio da retomada massiva da criação de Projetos de Assentamento no Brasil através do programa está alinhado com as prioridades do governo Lula, especialmente no enfrentamento à fome e na preservação do meio ambiente. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.

Hadich ressaltou que assentar vai além de simplesmente distribuir ou regularizar terras, é garantir o acesso a políticas públicas que permitam o pleno desenvolvimento das pessoas e das comunidades no campo. Ela enfatizou a necessidade de atender demandas básicas como água, luz, estradas, escolas, postos de saúde e assistência técnica, além de fortalecer a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para assegurar o acesso ao alimento com preço justo e qualidade para todos os brasileiros.

Com essas ações em curso e a promessa de iniciativas governamentais, a questão da Reforma Agrária no Brasil permanece central, colocando em debate não apenas a distribuição de terras, mas também o acesso a direitos básicos e a garantia de uma produção alimentar sustentável para o país.

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