Em entrevista à GloboNews, nesta quinta-feira (4), o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, expôs uma ação ilegal de monitoramento realizada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Rodrigues, cerca de 30 mil pessoas, incluindo professores, jornalistas, sindicalistas, políticos e juízes, foram clandestinamente vigiadas pelo órgão. Esses dados, coletados por cerca de 1 ano, estavam armazenados em nuvens localizadas em Israel, conforme revelado nas investigações da PF.
Rodrigues enfatizou a gravidade do caso, destacando a necessidade de responsabilização dos envolvidos perante a Justiça. A operação da PF, desencadeada em outubro do ano passado, resultou na prisão preventiva de dois servidores, além de 25 ações de busca e apreensão.
O diretor-geral ressaltou que o uso indevido dessa ferramenta de monitoramento é extremamente sério, indicando uma vulnerabilidade no sistema de comunicação nacional devido ao uso ilegal de uma ferramenta por uma agência sem autorização legal.
“O monitoramento de comunicações ou telefones só pode ocorrer em investigações criminais autorizadas pela autoridade judiciária, o que não foi o caso”, acrescentou Rodrigues.
Até o momento, a Abin não se pronunciou sobre o assunto. A investigação em curso pela PF busca identificar os responsáveis por essa ação ilegal de monitoramento.
Assista entrevista de Andrei Rodrigues abaixo: