Foto: Antônio Cruz/Ag. Brasil
A conclusão do ensino médio no Brasil continua marcada por desigualdades que refletem a renda e a cor da população, segundo um estudo divulgado pela organização Todos Pela Educação. Embora o país tenha registrado avanços importantes na última década, os dados revelam que jovens negros e de famílias mais pobres seguem enfrentando maiores obstáculos para completar a educação básica na idade adequada.
O levantamento comparou indicadores de 2015 e 2025 com base na Pnad Contínua e no Módulo Educação do IBGE. A pesquisa aponta melhora expressiva no ensino fundamental, onde a conclusão até os 16 anos subiu de 74,7% para 88,6%. No ensino médio, o salto foi ainda maior: o percentual de jovens que concluíram essa etapa passou de 54,5% em 2015 para 74,3% em 2025, demonstrando evolução, mas ainda com fortes recortes sociais.
As regiões Norte e Nordeste foram as que mais avançaram no ensino médio, com altas de 25,7 e 23 pontos percentuais, respectivamente. Apesar disso, seguem atrás do Sudeste (79,6%), Centro-Oeste (75,4%) e Sul (73,6%) na taxa de conclusão na idade correta. Para a gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Manoela Miranda, “é muito importante olhar para políticas que avancem nesse sentido e, intencionalmente, para as desigualdades”.
Os especialistas defendem que políticas públicas estruturadas, focadas na permanência escolar e na redução de vulnerabilidades sociais, são essenciais para garantir que os avanços ocorram de forma igualitária. O estudo reforça que, sem ações específicas voltadas às regiões e grupos mais afetados, o país corre o risco de manter desigualdades que limitam o futuro de milhões de jovens.
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