As chuvas que atingem a África do Sul há cinco dias causaram trágicas inundações que deixaram quase 400 pessoas mortas, mais de 13.500 desabrigadas e dezenas de desaparecidas, segundo divulgações de autoridades locais feitas neste sábado (16).
A maioria das vítimas foi registrada na região de Durban, cidade portuária de Kwazulu-Natal (KZN) voltada para o Oceano Índico. Quase 4.000 casas foram destruídas.
“Infelizmente, o número de mortos continua aumentando e o último balanço é de 395 mortos”, disse o escritório de gestão de desastres da província de Kwazulu-Natal em comunicado.
O governo não deu nenhuma indicação do número exato de pessoas desaparecidas, mas cinco dias após a catástrofe, os socorristas dizem ter pouca esperança de encontrar sobreviventes.
As fortes chuvas arrastaram estradas inteiras e várias infraestruturas desmoronaram. A operadora de transportes públicos local tenta recuperar os eixos principais e a prioridade é reconstruir as pontes que deixaram isoladas algumas zonas da cidade de mais de 3,5 milhões de habitantes.
Os hospitais, saturados pelos atendimentos de emergência, foram danificados e ao menos 58 estabelecimentos de saúde foram “afetados gravemente pelas inundações”, segundo o governo provincial.
Em algumas áreas, a eletricidade e a água foram cortadas desde segunda-feira e há pessoas desesperadas tirando água de canos quebrados. Outros denunciam que seus poucos suprimentos estão podres.
Para o presidente Cyril Ramaphosa, a situação no país é algo “nunca visto antes”. Ele declarou estado de catástrofe.
As previsões meteorológicas apontam para tempestades e risco de inundações localizadas no fim de semana da Páscoa. As novas tempestades também devem afetar as províncias vizinhas de Free State (Centro) e Eastern Cape (Sudeste), onde “já foi registrada uma morte”, segundo Ramaphosa.