Os servidores do INSS na Bahia decidiram, nesta sexta-feira (25), após assembleia híbrida, que entrarão em greve por tempo indeterminado. A medida já vale para a próxima segunda-feira (28), com a suspensão dos atendimentos em todas as sete gerências e 140 postos de atendimento no Estado.
A categoria alega que o governo federal sequer apreciou a pauta de reivindicações dos trabalhadores que não têm reposição salarial há três anos. Eles também defendem a realização de concurso público para a carreira da Previdência Social, uma vez que a falta de quadro funcional no órgão está provocando o represamento de mais de 1 milhão de processos de aposentadorias em todo o Brasil.
De acordo com o coordenador do Sindprev, Edivaldo Santa Rita, as perdas apontam para a necessidade de um reajuste de 19,9%. “A nossa pauta de reivindicações foi entregue ao governo há dois meses e vai muito além do aumento salarial. Queremos a contratação de servidores e condições de trabalho dignas, pois há agências do INSS sem água e climatização. Vamos decretar greve por tempo indeterminado”, disse.
O diretor do Sindicato, Valdemir Medeiros, afirmou que os servidores públicos estão enfrentando um massacre do Governo Bolsonaro. “É necessário que o governo abra concurso público, pois o segurado chega a esperar dois anos por uma análise de benefícios e muitos morrem aguardando. Precisamos repor o quadro de servidores para não penalizar ainda mais a população”, contou.
Segundo Raimundo Cintra, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade e Saúde (CNTSS), o déficit de pessoal na Bahia chega a 1 mil trabalhadores. Ele ressalta a urgência de concurso público para o preenchimento das vagas. “Há uma sensação de morosidade no serviço e isso faz parte da estratégia do Governo Federal que quer estrangular a Previdência pública, desidratando as unidades de trabalho, forçando um processo de terceirização ou de privatização do serviço”.