O deputado estadual Robinson Almeida (PT) criticou o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), após recomendação do Ministério Público da Bahia (MPBA) para que a Prefeitura reveja alterações na Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (Louos), aprovadas na Câmara de Vereadores.
Segundo o parlamentar, a gestão municipal age de forma “contraditória e irresponsável” ao gastar R$ 3,5 milhões com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para atualizar legislações urbanísticas, enquanto aprova mudanças que favorecem a especulação imobiliária e ameaçam áreas protegidas.
“É inadmissível que, em plena emergência climática, o prefeito Bruno Reis escolha consolidar Salvador como a capital do concreto e do asfalto, ignorando a ciência, a natureza e o futuro da nossa cidade. A contradição é gritante: a prefeitura paga milhões à FGV para atualizar o planejamento urbano e, antes mesmo de receber os estudos técnicos, aprova mudanças que destroem esse processo”, afirmou Almeida.
O deputado destacou ainda que as áreas mais ameaçadas pelas alterações incluem o Vale Encantado, remanescente de manguezal e Mata Atlântica, e três ilhas na Baía de Todos os Santos. “Como alertou a promotora Hortênsia Pinho, estamos diante de um grave risco de destruição do patrimônio ambiental de Salvador em nome de interesses privados. Não aceitaremos retrocessos nem ataques ao meio ambiente. É fundamental questionar se o prefeito seguirá a orientação do MP”, acrescentou.
Robinson ainda elogiou a atuação da bancada de oposição na Câmara Municipal, que votou contra as mudanças. “A bancada de oposição está de parabéns pela coerência e responsabilidade em enfrentar mais esse ataque do União Brasil ao meio ambiente na capital mãe do Brasil. Salvador precisa de desenvolvimento planejado, sustentável e democrático. Nossa cidade merece respeito”, enfatizou Robinson Almeida.