A proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais virou alvo de disputa no Congresso. Enquanto o governo defende a taxação dos super-ricos para compensar a renúncia fiscal, partidos como PP e União Brasil atuam para desidratar o texto e preservar os mais ricos de novas cobranças.

A manobra preocupa a base governista, que vê o risco de a medida perder o caráter redistributivo. “Existe essa tentativa de tirar a compensação”, criticou a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ). Já o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) acusou diretamente os dois partidos de agirem contra a maioria da população. “Isenção do imposto de renda já. Tributação dos mais ricos”, reforçou.
Caso a proposta avance sem a tributação da elite econômica, até 20 milhões de contribuintes terão alívio no IR, mas a conta ficará para o orçamento público. Nesse cenário, o governo poderia ser obrigado a aumentar a dívida ou cortar investimentos em áreas sociais. Para a base governista, a articulação de PP e União Brasil busca proteger privilégios e transferir o custo da isenção para a sociedade.