Condenado a 56 anos de prisão, Francisley Valdevino da Silva, conhecido como Sheik do Bitcoin, fez um aporte de R$ 30 milhões na empresa do pastor Silas Malafaia, segundo depoimento prestado à Polícia Federal por uma testemunha-chave. A parceria, descrita como uma sociedade com o objetivo de socorrer a Central Gospel — então em recuperação judicial — teve a criação da Alvox em 2021 e durou cerca de um ano.

Segundo o depoente Davi Zocal, que acompanhou o processo, Sheik do Bitcoin assumiu parte da dívida da Central Gospel, que somava valores expressivos e chegou a ter R$ 38 milhões arrestados. “Ele gastou muito. (…) foram R$ 30 milhões para erguer a empresa”, relatou a testemunha. Ainda conforme Davi, a Alvox foi montada como uma empresa alternativa para não prejudicar a imagem das partes envolvidas — Malafaia teria sido sócio “de fachada”.
Em nota, Silas Malafaia confirmou ter recebido o aporte, mas esclareceu que a sociedade foi breve, terminou antes do início das denúncias contra Sheik do Bitcoin, e que não participava da gestão da empresa. “Ela era controlada por ele. Quando começaram os rumos de conversa, eu caí fora”, disse o pastor, que acrescentou que não fez propaganda sobre o investimento nem se beneficiou de eventuais irregularidades.