O PSB deu um passo decisivo nesta semana ao aprovar, em reunião da executiva nacional, a abertura de um canal de diálogo formal com o Cidadania para formar uma federação partidária que poderá valer já nas eleições de 2026. A aliança, considerada estratégica para fortalecer as legendas diante da cláusula de barreira, pode ainda ganhar o reforço da Rede Sustentabilidade, formando um bloco mais robusto tanto no campo político quanto eleitoral.
Em Brasília, lideranças das três siglas avaliam que a federação seria uma questão de sobrevivência para partidos de médio porte, garantindo acesso ao fundo partidário, tempo de televisão e maior capilaridade política. O presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt, já autorizou oficialmente a abertura de diálogo com as legendas do campo democrático, sinalizando um movimento mais amplo de rearticulação no espectro progressista.
Na Bahia, o impacto da federação poderá ser imediato. O Cidadania, que hoje integra a base do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), tende a se afastar ainda mais da gestão municipal e se alinhar ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), ampliando a base aliada do governo estadual. A mudança poderá representar mais uma baixa para Bruno e consequentemente para ACM Neto às vésperas de 2026.
Há conversas em andamento com a deputada federal Lídice da Mata (PSB) para acelerar o processo e consolidar a federação antes que o calendário eleitoral limite as definições.
No plano municipal, a federação entre PSB e Cidadania pode unir em Salvador dois nomes de destaque na Câmara de Vereadores: Silvio Humberto (PSB) e Isabela Souza (Cidadania), que já sinalizam disposição para caminhar juntos na próxima eleição. A movimentação mexe com o tabuleiro político baiano e antecipa parte das alianças que devem se consolidar nos próximos dois anos.