As contas do Governo Central — que incluem Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — fecharam março com superávit primário de R$ 1,096 bilhão, revertendo o déficit de R$ 1,024 bilhão registrado no mesmo mês do ano passado. O resultado é o melhor para o mês desde 2021 e surpreendeu o mercado, que previa um rombo de R$ 3,5 bilhões, segundo dados da pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda.
O desempenho positivo foi impulsionado pelo adiamento do pagamento de precatórios e pelo atraso na aprovação do Orçamento de 2025. Com isso, o saldo acumulado no ano chegou a R$ 54,532 bilhões — o melhor primeiro trimestre desde o início da série histórica em 1997. No mesmo período de 2024, o superávit havia sido de R$ 20,171 bilhões.
A meta fiscal do ano, segundo a LDO e o novo arcabouço, é de déficit zero, com tolerância de até 0,25 ponto percentual do PIB. O Orçamento projeta déficit de R$ 29,6 bilhões, mas, considerando apenas os gastos dentro do novo marco fiscal, a previsão é de superávit de R$ 14,5 bilhões. Os precatórios, que somam R$ 44,1 bilhões, estão fora dessa conta.